quarta-feira, 9 de abril de 2008

Análise Filmes: Sonhando Acordado (The Good Night - 2007)



Título brasileiro: Sonhando Acordado
Título original: The Good Night
Ano: 2007
Gênero: Drama / Comédia / Romance
Duração: 89 minutos (1:29)
Site do IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0484111/
Nota do IMDB: 6.2/10 (1700+ votos)

Antes de me xingar de tudo quanto é palavra por ler algo que não deveria, recomendo que leia as Regras dos Spoilers.

Assisti esse filme faz quase duas semanas, por isso comentarei sobre ele antes que eu esqueça, já que não pretendo assistir de novo.

O filme conta com conhecidos como Simon Pegg, Penélope Cruz cara de pato, Martin Freeman e o "desaparecido" Danny DeVito. Teoricamente era para ser uma comédia sobre um cara (Martin Freeman) que tem problemas sexuais com a sua mulher e tem um amigo completamente idiota e com manias estranhas. Isso não é nenhuma fórmula de sucesso, mas dá pra fazer um filme em que você saia do cinema com um sorrisinho na cara e conte partes engraçadas do filme para seus amigos.

Martin Freeman começa a sonhar com a "mulher dos sonhos" (Penélope Cruz) e sua vida está em tamanha merda que ele prefere sonhar ao invés de viver a realidade. Com isso passa a preferir a dormir no tempo livre que tem.

O filme é basicamente isso. O cara foge cada vez mais da realidade para sonhar e ter a mulher que sempre desejava. Enquanto isso, na vida real, seu relacionamento com Dora (Gwyneth Patrol) está cada vez pior. No filme é retratado o passado de Martin Freeman, mas a maioria das coisas são sem importância.

O tema é chato e é exatamente isso que o filme é: chato pra caralho. Ele não é parado, é apenas chato. O início do filme é tão repetitivo e sem estória que você pensa em tirar o DVD do aparelho.

Bom, eu pelo menos sou um cara paciente e é muito difícil que não veja um filme até o final. Com isso pude descobrir que a verdade é que "Sonhando Acordado" acerta e erra ao mesmo tempo.



OK, deixe-me explicar: no início tem partes em que dá para tirar um sorrisinho da cara, mas fica por aí. Fica algo bem típico de "era pra ser engraçado, mas não é". Mas depois de algum tempo essas partes começam a ficar cada vez mais escassas. Então você deve pensar: "o filme vai morrer". Na verdade não.

O filme se torna um drama e de qualidade razoável. Tudo bem que eu não esperava MESMO por isso, mas mesmo assim veio de "boa forma".

A questão principal é que o filme não segue um drama direto. Ele se alterna entre "comédia" (principalmente quando Simon Pegg aparece) e drama novamente. Isso é horrível! Pode começar com comédia, tornar-se drama e logo depois tornar-se comédia de novo. Não faço questão disso, mas pelo menos permaneça ESTÁVEL. Não fique alternando várias vezes entre um estilo ou outro.

"Click", apesar de ser um bom filme, assim como a maioria dos de Adam Sandler, comete o MESMO erro. A partir do momento que você torna-se um drama, permaneça assim até segunda ordem. Não vejo problemas em se tornar comédia novamente, mas CONTINUE assim por algum tempo. Grandes alternadas não são legais.

Atuações? Penélope Cruz atua de maneira fraca, Danny DeVito é a mesma bosta de sempre, Simon Pegg me decepcionou e Martin Freeman é o único que faz jus a sua atuação. Ainda assim só prova o que qualquer um sabia: ele não serve para comédias.



Outra coisa: esse roteirista tem algum trauma com fracassados? Martin Freeman é um fracassado em todos os sentidos: romanticamente, socialmente, financeiramente... é um completo MANÉ. Danny DeVito consegue ser ainda pior (incrível), além de morar em um lugar de merda. Simon Pegg parece o cara fodão até que de repente declara como mais um dos "bobões", Penélope Cruz não conta, já que ela participa mais como parte do sonho de Freeman do que outra coisa.

Fazer filmes sobre pessoas doentes de alguma forma (mais de doenças mentais) é sim legal. Fazer filme de fracassados já requer um pouco mais de "habilidade" e o produtor deste filme provou que não tem essa habilidade. Então faça algo mais "solto", mais legal e menos melodramático! My God!

O filme é ultra repetitivo também. Mostra a vida de Martin Freeman e repete, repete, repete... parece um jogo em que você não consegue passar de uma fase, por isso tenta formas diferentes até conseguir passar dessa fase.

A diferença é que um jogo pode ser divertido até mesmo o sacrifício de repetir a mesma fase... ja esse filme...



GASTAR 15 MILHÕES DE DÓLARES PRA FAZER... ISSO? O FANTÁSTICO "PI" FOI FEITO COM 60 MIL DÓLARES!

Fuckin' assholes...

Ahh... mas esse filme não é de todo ruim. Vejamos algumas vantagens:

A que eu citei acima é uma delas. O drama, apesar de vim junto com comédia (é uma mistura que é bem vinda, mas só se vier de forma bem desenvolvida) é de boa qualidade. Tudo bem que filmes de "fracassados" estão meio "fora de moda", mas os "fracassados" souberam demonstrar o que realmente eram.



Outro é o tema. Apesar de trabalhar com sonhos ser algo beeeeeeeeeeeem clichê, foi bem estruturado. Aceito o que o filme retratou até de boa vontade e acho legal sim a idéia de que devemos nos refugiar em nossos sonhos de vez em quando. DE VEZ EM QUANDO, ok?

Há partes em que realmente você dá risada. São raras, mas existem. Sei que isso é normal para um filme de comédia, mas ultimamente vejo tanto besteirol na praça que acabo me impressionando com filmes que tem uma ou duas partes bem engraçadas.

E apesar da Penélope Cruz estar longe de ser uma das mulheres dos meus sonhos, ela está bem sensual no filme. Nas atuações, no geral foi fraca, mas teve grandes "altos". Os sonhos em geral são bem trabalhados. Uma das grandes vantagens.

Quanto ao final: nada de especial. Pelo menos não foi algo ruim, mas é bem previsível.

Quer minha sincera opinião sobre esse filme? Alugue ou baixe (não compre, pois estará perdendo dinheiro) e deixe reservado pra na hora que não tiver ABSOLUTAMENTE NADA pra fazer (incluindo filmes melhores para se ver). De resto estará perdendo seu precioso tempo.


Estrelinhas copiadas e editadas descaradamente do IMDB

Até a próxima =]

Igor

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